O Bartner hoje está triste, pois uma grande referência em sua vida, não existe a partir de hoje. O nosso excelentíssimo BAR DO NARCISO não pertence mais ao Narciso. É.... Notícias daquelas de encher os olhos d'água.
Quem é que não foi criado em volta daquele ambiente, que atire a primeira pedra! Mesmo quem não bebe tem história boa daquele lugar. Quanto sorvete não tomei lá, os sanduíches com coca cola, pedir o troco em bala, e a Maria sempre com aquele sorriso!! E aí o tempo passa, e quando a gente cresce e aprende a beber, sabe que ali sempre tem pinga boa e uma cerveja no jeito, com uma conversa bem agradável. Tudo da maneira mais simples, mas completa. Lá a noite começava, e por vezes acabava. O Narciso em qualquer tempo ao nos receber, já logo dava um jeito de contar um caso engraçado ou zuar (principalmente quando seu nome se parece um espirro e seu pai tem apelido de chuvisco, o que fazia ele me chamar de goteira, neblina, tempestade...) enfim, Ariadna fazendo as contas no caderninho, Iargo e Narcelle se fazendo cada vez mais presentes e nos atendendo sempre da melhor maneira. E se o Mauro tava bravo, não tem problema, a cerveja tava sempre gelada e o maravilhoso pôr-do-sol na escadinha faz bem pra qualquer um, em qualquer dia. Quanta falta vai fazer as ideias e filosofias ali questionadas com essa família enquanto comia uma coxinha, quanta política não foi feita e desfeita perto daquela esquina, ao tomar mais duas doses de pinga, quantos esquentas de carnavais, quantos conhaques antes de descer pra festa da colheita, quantas cidras no reveillon, quanta catuaba em sábados antes de Cauã. E as conversas? As discussões? As brigas sem razão e música sem violão! Sertanejo, funk, rock e pagodão, todo mundo parava lá pra pegar a cerveja antes de ir pra balada, e quando não tinha balada, e era pra lá que a gente ia. Feliz porque sabia que lá ia ter alguém. E sempre tinha. Mesmo quando as portas tavam baixadas, e a gente insistentemente pedia, até que abria, e se pegava o último cigarro ou a última lata da noite (ou do dia). E ao sair, sempre uma última piadinha.
Bem, mas o ponto de encontro ainda vai continuar, o bar existirá, só ainda não descobri quem irá comandar. E não nos interessa o motivo ou razão da decisão, nos resta olhar pra frente. Nosso grande amigo Narciso estará ali na farmácia, bem em frente, esperando ansiosamente irmos comprar o Engov, o sal de fruta, a Neosaldina, a camisinha, e se o bicho pegar a pílula do dia seguinte. O mesmo atendimento, em um ramo diferente. Mas claro, Entre Rios nunca mais será a mesma, isso afirmo sem sombra de dúvidas. O Bar, que não era só mais um bar de uma cidade pequena, era o Bar do Narciso, o bar onde tudo acontecia, mesmo quando não havia nada, mudou de dono, mas muda também a história da cidade. Enfim, que vocês sejam felizes, assim como nos deixaram felizes por muitas vezes, em tantos momentos da vida!
Obrigado de verdade à família Narciso! E que venham os novos tempos em Entre Rios, pequena cidade do interior mineiro onde o mundo realmente acabou em 2012 e está se reconstruindo em 2013, com coisas boas e outras nem tanto. Fiquemos com Engenheiros do Hawaii, contando e cantando "Depois de Nós", versão Acústico Mtv.
Boa noite!
Belo texto, demonstrou o que sente verdadeiramente por algo simples da vida, de ir em um lugar e se sentir bem e estar lá com ótimas companhias e o melhor viver a vida, pois ela é apaixonante.
ResponderExcluirPerfeito ! As bem escritas linhas me fizeram viajar no tempo e no espaço. Boa sorte aos polivalentes Narciso, Mauro e Família. A nós, resta o lamento e a certeza que aqueles que nos sucederem irão se divertir, mas não com aquela intensidade!
ResponderExcluirGrande abraço e parabéns pelo comovente texto.
Luiz Alberto.
Belo Horizonte/Congonhas